Com superávit de US$ 67 bilhões, balança comercial registra em 2017 o melhor resultado em 29 anos
Exportações cresceram 18,5% em 2017, para US$ 217,74 bilhões; somente a China comprou US$ 50 bilhões em produtos brasileiros. Já as importações cresceram 10,5%, para US$ 150,74 bilhões.
A balança comercial brasileira registrou superávit
(exportações maiores que importações) de US$ 67
bilhões em todo ano de 2017, informou nesta
terça-feira (2) o Ministério da Indústria,
Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
Segundo a pasta, trata-se do melhor resultado para
um ano fechado desde o início da série histórica
do ministério, em 1989, ou seja, em 29 anos.
No ano anterior, em 2016, a balança também
registrou superávit, mas menor: US$ 47,68 bilhões.
Esse valor representava o recorde histórico até
então.
"As exportações cresceram [em 2017] após cinco
anos. É algo realmente de se ressaltar. O aumento
de 18,5% mostra esse crescimento extraordinário.
Em valores absolutos, tivemos um crescimento de
US$ 32,5 bilhões. Desempenho decorrente tanto do
crescimento do volume de exportações quanto do
preço. Já as importações tiveram seu primeiro
crescimento após três anos", afirmou o ministro da
Indústria, Marcos Pereira.
Exportações e importações
O saldo comercial recorde de 2017 se deve a um
crescimento maior das vendas externas, do que das
importações: que registraram uma alta menor.
Em todo ano passado, as exportações somaram US$
217,74 bilhões, com média diária de US$ 874
milhões (alta de 18,5% sobre o mesmo período do
ano passado). É o maior valor desde 2014, ou seja,
em três anos.
O valor registrado nas exportações, por sua vez, é
resultado de dois fatores: quantidade exportada e
o preço do produto. Os números oficiais mostram
que as vendas externas subiram mais por conta do
preço do que pelo volume de vendas.
Em todo ano de 2017, a quantidade de produtos
exportados subiu 7,6% na comparação com o ano
passado, mas o preço dos produtos brasileiros
ficou maior: 10,1%.
Cresceram, no último ano, as vendas ao exterior de
produtos básicos (+28,7%), de manufaturados
(+9,4%), e também as exportações de produtos
semimanufaturados (+13,3%).
Já as importações somaram US$ 150,74 bilhões em
2017, ou US$ 605 milhões por dia útil (aumento de
10,5% em relação ao mesmo período de 2016).
Trata-se do maior valor para as importações desde
2015, isto é, em dois anos.
Avançaram as compras do exterior de combustíveis e
lubrificantes (+42,8%), de bens intermediários
(+11,2%) e também de bens de consumo (+7,9%), mas
recuaram as importações de máquinas e equipamentos
para produção (-11,4%).
Compradores e vendedores
Segundo os números do governo, a China continuou
sendo o maior comprador de produtos brasileiros no
ano passado. Em 2017, o país asiático comprou US$
50,2 bilhões do Brasil, seguida pelos Estados
Unidos (US$ 26,9 bilhões), pela Argentina (US$
17,6 bilhões) e pelos Países Baixos (US$ 9,3
bilhões).
Ao mesmo tempo, a China também foi o maior
vendedor para o Brasil. No ano pasasdo, as
importações do país asiático somaram US$ 27,9
bilhões, seguido dos Estados Unidos (US$ 24,8
bilhões), da Argentina (US$ 9,4 bilhões) e da
Alemanha (US$ 9,2 bilhões).
Estimativas do mercado e do BC para 2018
A expectativa do mercado financeiro para este ano
é de piora do saldo comercial, segundo pesquisa
realizada pelo Banco Central com mais de 100
instituições financeiras na semana passada.
A previsão dos analistas dos bancos é de um
superávit de US$ 52,5 bilhões nas transações
comerciais do país com o exterior para 2018. Para
o Ministério da Indústria, o saldo positivo ficará
em cerca de US$ 50 bilhões neste ano.
O Banco Central, por sua vez, prevê um superávit
da balança comercial de US$ 59 bilhões para este
ano, com exportações em US$ 225 bilhões e compras
do exterior no valor de US$ 166 bilhões. (fonte:
MDIC)
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