O resultado pífio na prova técnica para Ajudante de Despachante Aduaneiro
O resultado dessa prova organizada pela ESAF foi o
seguinte:
Inscritos: 316;
Compareceram à prova: 284;
Aprovados: 3 (três).
Os três gênios foram: Claudio César Soares –
RIBEIRÃO PRETO – SP, Marcelo Bamberg de Noronha –
EMBU – SP e Rafael Delfino Quintana – OSASCO – SP
Portanto, somente o Estado de São Paulo teve
aprovados. Resta uma pergunta: por quê?
Num segundo lance vemos um resultado que chega às
raias do ridículo, mormente se levarmos em conta
as palavras do Presidente do SINDASP – Sindicato
dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo,
analisando a prova, ao afirmar:
“No Brasil são mais de 35 mil ajudantes de
despachantes aduaneirosatuando na área do comércio
exterior atualmente. Desse montante, apenas 284
prestaram o exame. “A situação é crítica, e mostra
a real necessidade de qualificação profissional”,
Ainda que a estatística utilizada pelo ilustre
presidente do SINDASP seja falha, reduzindo-se à
metade temos 17.500 ajudantes de despachantes para
316 inscritos e apenas três aprovados. Por quê?
Não há como negar certo despreparo dos
despachantes aduaneiros e este se deve
exclusivamente à Receia Federal, que inspirou
decreto permitindo que qualquer pessoa, mesmo com
total desqualificação, desconhecimento absoluto do
que seja comércio exterior, ou mesmo do que seja
Alfândega, se inscrevesse no quadro de Ajudante de
Despachante. Após dois anos de inscrição essa
pessoa passaria automaticamente a Despachante
Aduaneiro, bastando para tanto requerer esse
direito.
Os resultados começam a aparecer. A prova em
questão demonstra claramente os efeitos desse erro
dos administradores aduaneiros. Desta culpa a ESAF
está isenta.
Não está isenta, porém, da forma como elaborou as
questões. Tendo concluído a prova para fiscal da
Receita Federal parece que ficou impregnada pelas
questões que deveriam ser exigidas dos candidatos,
todos com diploma universitário, e elaborou a
prova para Ajudante de Despachante praticamente no
mesmo nível, quando a estes só é exigido prova de
curso secundário.
Porém, nesta primeira análise não conseguimos
atinar por tamanha discrepância: milhares de
ajudantes de despachantes aduaneiros, 284 fazem a
prova e somente 3 são aprovados. Por quê?
Precisamos amadurecer o tema para conseguirmos uma
resposta plausível. Fica, entretanto, aqui nosso
entendimento de que não só o despreparo dos atuais
despachantes aduaneiros redundou em resultado tão
pífio. E pífio não só quanto ao reduzido número de
aprovados, mas principalmente quanto ao reduzido
número dos inscritos. Por quê? Certamente com o
debate encontraremos resposta.
E o que dizer do saldo apresentado por outras
categorias profissionais e acadêmicas de nossa
sociedade?
Em todos os exames do ENEM nos deparamos com
resultados igualmente alarmantes, mesmos em
Universidades de referência como PUC. Para
exemplificar, basta uma breve análise sobre o
último exame de ordem dos Advogados do Brasil
(Fonte OAB/SP):
Nº de Inscritos 1ª. fase: 118.217
Aprovados 16,18%: 19.127
Aprovados na 2ª. fase (previsão histórica 3%):
573
Portanto, ao final de todo o processo de exame da
Ordem dos Advogados mais de 90% dos inscritos,
todos teoricamente formados e graduados por
Universidades, terão falhado num exame criado para
testar seus conhecimentos profissionais.
Não há como negar que o “buraco” da educação e
preparo profissional no Brasil é muito mais fundo,
e que o resultado pífio obtido pelos postulantes
ao cargo de Despachante Aduaneiro somente reflete
esta realidade.
Finalizando, temos só dúvidas:
a) – Quantos são os atuais ajudantes de
despachante?
b) – Por quê não se interessaram em fazer a
prova?
c) – Por quê dos 284 que a fizeram só 3 foram
aprovados?
d) – Por quê só o Estado de São Paulo teve
aprovados?
Você pode responder?
Fonte: Comexblog
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