Complexo Portuário de Itajaí deve movimentar 1 milhão de contêineres
Após três anos das cheias e destruição de três dos quatro berços, meta deve ser batida
Castigado pela enchente de 2008, o complexo
portuário de Itajaí deu a volta por cima ao
recuperar os berços atingidos, apostar na
modernização e reassumir o processo gradativo de
expansão para adequar suas instalações às
embarcações gigantes do mercado.
Novembro de 2008. Um navio que estava atracado em
um dos berços do Porto de Itajaí não resistiu à
correnteza do rio Itajaí-Açu e se soltou,
colidindo contra outra embarcação. A chuva que
caía incessantemente em todo o Vale do Itajaí
provocou a destruição de três dos quatro berços do
terminal, paralisando as operações por mais de
duas semanas e dando sinais de que a recuperação
seria lenta e fatal à economia da região.
Novembro de 2012. Três anos após as cheias, o
Porto de Itajaí deve superar sua meta anual de 1
milhão de contêineres movimentados. O número é um
reflexo da modernização do chamado Complexo
Portuário do Rio Itajaí-Açu — composto pelo porto
itajaiense e pelo terminal de Navegantes, a
Portonave — e dos esforços em reconstruir o maior
símbolo da economia local.
Entre as principais obras feitas no período, a
recuperação dos berços atingidos pela enchente e a
dragagem, que aumentou a profundidade do rio de 11
metros para 14 metros no ano passado, permitiram a
retomada rápida do crescimento.
— Estamos em um processo gradativo de expansão. O
maior desafio é adequar o porto aos navios
maiores. E ainda há o problema de infraestrutura
no entorno. No máximo até 2015, queremos estar
totalmente prontos para a nova realidade — explica
o diretor-executivo do porto, Heder Cassiano
Moritz.
O crescimento da atividade portuária ocorrido nos
últimos anos teve reflexos diretos em Itajaí e
Navegantes. Entre 2001 e 2011, a movimentação de
cargas triplicou, enquanto o Produto Interno Bruto
(PIB) de Itajaí cresceu 700% no mesmo período.
Desde 2008, o número de empresas aumentou 33% na
cidade.
Na vizinha Navegantes, a Portonave chega aos seus
cinco anos de funcionamento ajudando o complexo
portuário do Rio Itajaí a consolidar a posição de
líder em movimentação de contêineres em SC.
Segundo o diretor-superintendente administrativo
da Portonave, Osmari Castilho de Ribas, o
empreendimento em Navegantes emprega cerca de 1,1
mil pessoas, e movimenta uma cadeia de negócios
que não existia antes.
— Navegantes está aprendendo ainda esta linguagem
portuária, que já é muito forte em Itajaí. Se
pararmos para pensar, o complexo movimenta
praticamente 80% das cargas de todo o Estado. E
isso a sociedade está começando a enxergar. Quando
o porto cresce, a cidade se desenvolve. Hoje,
Navegantes é mais moderna, mais globalizada do que
há cinco anos, quando chegamos aqui — avalia.
Exploração do pré-sal é alternativa
Além dos portos, grandes armazéns de carga,
traders de comércio exterior e escritórios de
companhias como a BRF Brasil Foods atraem
investimentos durante o ano todo.
O secretário de Desenvolvimento Econômico de
Itajaí, Onézio Gonçalves Filho, reconhece que o
complexo portuário continua sendo o carro-chefe da
economia local, mas aposta na exploração do
pré-sal como uma alternativa econômica consistente
para o futuro.
Segundo ele, há empresas em processo de instalação
na cidade que podem representar, no curto prazo, a
abertura de pelo menos 4 mil empregos diretos.
— Estamos sendo procurados por empresários que
possuem parcerias sólidas com a Petrobras. Este
ano já foram abertas 2 mil empresas. No ano
passado, foram 500.
Movimentar mais de 1 milhão de contêineres este
ano é a meta do Porto de Itajaí. 1,1 mil pessoas
são empregadas apenas no terminal portuário
Portonave, no município vizinho a Itajaí,
Navegantes, do outro lado do Rio Itajaí-Açu.
(Fonte: DC)
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