Governo de SC assumirá a administração do Porto de Imbituba até o final de 2014
Repassar o controle para o Estado seria a melhor forma de minimizar o impacto com o fim da concessão atual, diz ministro
Administrado há quase 70 anos pela iniciativa
privada, o porto de Imbituba ficará sob a
responsabilidade do governo do Estado até o final
de 2014.
A decisão foi anunciada nesta segunda-feira, em
Brasília, pelo ministro dos Portos Leônidas
Cristino, durante encontro com o governador
Raimundo Colombo e Paulo Cesar da Costa,
presidente SC Parcerias e Participações, nova
gestora do porto.
O ministro entendeu que repassar a administração
ao Estado seria a melhor maneira de minimizar o
impacto do fim da atual concessão, que se encerra
em dezembro, na eficiência das operações no cais
localizado no litoral sul, importante rota de
escoamento de granéis, congelados, contêineres e
carga geral.
Gerido pela Companhia Docas de Imbituba (CDI), o
porto movimentou no ano passado 2,3 milhões de
toneladas, número considerado baixo por Colombo,
que espera dobrar o volume.
— O movimento em Imbituba é bem aquém do seu
potencial e menor do que os outros portos de Santa
Catarina. A mudança vai gerar empregos, renda,
inclusive agregando um volume de carga do Rio
Grande do Sul — projeta o governador.
Pela decisão do ministro Leônidas Cristino, a nova
gestão começará a partir do dia 16 de dezembro, no
término do atual contrato, prazo questionado pela
CDI na Justiça. A empresa pede a prorrogação do
vínculo para 2016, já que durante a 2ª Guerra
Mundial o porto ficou sob intervenção federal, o
que teria suspendido de forma temporária a
concessão. Procurada pelo Diário Catarinense, a
CDI informou que só vai se pronunciar após ser
notificada oficialmente da decisão.
Prefeito de Imbituba, Beto Martins (PSDB) espera
que o município tenha voz na nova administração.
No entanto, destaca que o porto recebeu
investimentos privados de R$ 350 milhões nos
últimos cinco anos, cifras responsáveis por
recuperar a estrutura que estava sucateada.
— A movimentação ainda está aquém, porém a
modernização recente fez o porto se credenciar a
receber novas cargas — analisa Beto.
Diretor-presidente da Associação Brasileira dos
Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli
discorda da escolha do governo federal. Preocupado
com a eficiência nas operações, considera a opção
mais acertada estabelecer uma parceria
público-privada (PPP).
— Não significa que a administração estadual será
ruim, mas a experiência vista em outros locais não
anima. Como a cada quatro anos pode haver troca de
governo no Estado, fica difícil ter uma
continuidade administrativa — opina.
A reunião na segunda-feira também acertou a
renovação por mais um ano da concessão que já
garante a Santa Catarina a gestão do porto de São
Francisco do Sul. Assim, os vínculos dos dois cais
deverão terminar quando estiver em vigor o novo
marco regulatório que o governo federal prepara
para o setor. (Fonte: DC)
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